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INDIGENTE COMO NÃO SER GENTE?
Rapper Pirata
Se quisermos mesmo
mudar a sociedade brasileira, necessitamos de uma revolução
verdadeira, a qual tornará concreta em nossa forma de pensar e agir
nesse imenso território.
Nós há anos vivemos
na irracionalidade, e deixamos ela justificar-se como natural,
verdadeira e real, para continuarmos a fantasia imposta pelo capital.
O sistema que garante o direito para um, nos fazendo crer que
estamos sempre em disputa, não há espaço para outros. Essa
irracionalidade é extrema de estranhezas quando paramos e refletimos
a vida. Um exemplo: Como é totalmente difícil imaginar a ideia de
indigente; indigente é um ser humano que não é gente, mas se ele é
gente, como pode ser indigente?
O indigente é aquele
ser humano desvinculado das estruturas de instituições sociais
patrão(família, igreja, estado). Mas é uma pessoa que encontra-se
com outras pessoas que estão na mesma condição, e formam outras
estruturas de sociedade; podemos até refletir como fossem uma
sociedade secreta, porque é invisível para o nosso olhar urbano.
Este ser vai vivendo
cerceado de direitos durante alguns anos, ele vai carrega e dá
sentido aos esteriótipos morais, porque não encontrou-se nas
escolhas de seus desejos condicionados, desde que saiu de uma
maternidade. Então ele vai mutando-se igual a um camaleão social,
perdendo e ganhando novas identidades, até ter a última, que será
chamada do não direito de ser gente, o indigente.
Ele não terá nem o
direito do sepulcro, mas ficará com a etiqueta de valor dado, que
será pago por um desses negam o seu direito, sendo um esqueleto para
estudo, que fora tirado de uma vala para eles.
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Garantir direitos para emancipação de indivíduos é uma construção coletiva da sociedade.
Rapper Pirata- rapperpirata.blogspot.com
“Sozinho se num guenta!”
Mano Brown
Compreender como efetivar as leis sociais que estão presentes na constituição brasileira, artigo especifico o sexto, numa sociedade pós-moderna com crises cíclicas do capital, e de valores conservadores solidificado por sua elite; pode ser uma dificuldade para qualquer um que acredita em outra história para o país, porem é possível essa busca pela efetivação dessas políticas públicas, que mesmo sendo compensatórias para grande maioria da população são importantes.
O estado sul americano que se chama Brasil tem uma divida histórica com a maioria da população, essa que ouviu e ouve nos discursos de diversas administrações, em seus momentos de eleições, dizerem que pagarão. Há uma reparação do saldo negativo de diversos planos políticos em atraso, esses que mantêm a maioria pobre, e condena os seres humanos do território gigante viver na miséria, desde quando os europeus invadiram e aqui sua colônia até a atual república democrática. Somos alienados por uma antiga ideia de país do futuro, essa que vai postergando os direitos dos brasileiros trabalhadores pobres de viveram a tal cidadania plena.
São anos que os bancos de madeira nobre do senado, supremo tribunal até da presidência são mantidos como escritórios da elite, ela faz o patrimônio público pertencer à suas famílias, para determinar-se mandatária da nação.
Ela utiliza-se de estratégias inescrupulosas nos bastidores da história para manter-se onde está, e não ser incomodada. Vai criando simulacros de realidades na memória coletiva através de golpes de estado; corrupções ativas de seus próprios lideres; conchavos de falsas mudanças quando percebe que seu projeto político está ficando desgastado e correndo risco de ruir-se. Chega até alugar o território para o capital estrangeiro e vende as empresas públicas para somente lucrarem, ofertando nos como milhões de clientes para os interesses do capital estrangeiro. Portanto ela deixa intactas suas bases na pirâmide da distribuição de renda, que massacra diversas gerações de trabalhadores, especificamente a de nativos, ribeirinhos, negros e moradores da periferia.
A população é mantida na miséria e alienada com retóricas de um estado falido, o intuito é minar quaisquer possibilidades de rompimento desse ciclo de vantagens seculares dos ricos. Seus gestores públicos usam a ideologia do estado mínimo afim de não garantir os direitos sociais a nação. Enquanto os seus funcionários economistas publicam teses matemáticas na mídia para justificar a apropriação das riquezas geradas pela exploração da natureza, do solo brasileiro, com industrialização de impostos, tarifações e multas federais, estaduais e municipais e o atachamento de salários.
Como a elite sabe que existe uma resistência de alguns movimentos políticos de base popular, que na história poderiam criar uma cidadania coletiva, então ela criou uma rede nos judiciários para criminalizá-los. Contra eles os tais mandatários sempre movem a máquina do estado brutalmente, com o foco de eliminar suas lideranças seja por assassinatos, esquartejamentos, encarceramento, empobrecimento. Além de apropriam-se das lutas, a elite transveste-se como fossem essas lideranças das causas dos pobres, que lutam e lutaram pela mudança do rumo da história do país, essa é uma das engrenagens do seu sistema político. Ela também manipula os sistemas de comunicação e parlamento para controle da mentalidade do povo emburrecendo-o para não haver futuras revoltas nas ruas.
Os trabalhadores são precarizados nas suas conquistas democráticas, sempre há ataques aos seus direitos: SUS (sistema de saúde), ECA (estatuto da criança e adolescentes), CLT (consolidação das leis trabalhistas), aposentadoria; forma entendida pelos pensadores da burguesia nacional para corrigirem as derrotas no percurso da história, então difundem a necessidade de reformas de leis que foram criadas a partir das bases populares.
Os partidos políticos não realizam a politização da massa, por acordos de alternâncias do poder entre burguesias, principalmente essa nova oriundas da indústria, comercio, universidades, funcionarismos público e do próprio parlamento. O produto interno bruto é fatiado com poucos, que se adaptam as benesses da minoria. Com essa estrutura ideológica construída para não haver transformações sociais reais no país, deixa algumas políticas públicas avançadas nas áreas da saúde, assistência, trabalho, cultura e educação não serem efetivadas, porque também são observadas como negócios para o capital, além de trazer mudanças radicais na cultura do país.
Os partidos políticos e muitos intelectuais mergulharam na proposta do neoliberalismo internacional, iniciado na década de setenta pelo EUA e Inglaterra, por perceberam que obteriam privilégios e seus grupos de empresários, ricos, igrejas e movimentos de interesses exclusos. Em troca controlam os bolsões de miséria, para retirarem e apropriarem-se do dinheiro público; enfraquecendo sindicatos; tornam as universidades tecnicistas; precarizando as relações trabalho; aumentam o aprisionamento; promovendo a morte de jovens pretos e moradores da periferia; criminalizam a pobreza, difundindo pelos meios de comunicação valores conservadores, sucateando o ensino público e hospitais; aumentando a especulação imobiliária; desestimulando a partição da população no parlamento; corrompendo os movimentos e lideranças para manter a fragmentação da esquerda, entre outras formas que a cartilha da elite brasileira rege.
Com tudo isso se cria uma sensação ser um desafio impossível à emancipação da população para transformar essa sociedade brasileira, em razão desta sagacidade das elites mutar-se em várias décadas, com seu intuito de manter na dependência a maioria. Essa maioria que sobrevive como as pessoas que estavam na situação de escravizados em quase quatrocentos anos nesse país.
A ideia de sobrevivência, superar o outro como concorrente, é propagada pelas elites brasileira e internacional, juntas sabem que o trabalhador não irá unir-se com seus semelhantes, a energia que provocaria a mudança dessa perversa história de um povo.
Os movimentos sociais, assistentes sociais, professores, artistas culturais são uteis para garantir os direitos da população pobre, auxiliando-a a compreender sua situação e quais são as ferramentas para sua emancipação humana. Porque o dialogo entre trabalhadores são momentos de compreensão e de ajuda mútua, não perdendo de vista os andares de avanços e de retrocessos do cotidiano do trabalhador brasileiro.
*Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010
23.4.13
Haddad recebe representantes do hip-hop
HADDAD SE REÚNE COM MOVIMENTO HIP-HOP E DISCUTE REALIZAÇÃO DE PANCADÕES
Prefeito recebeu representantes do movimento hip-hop e disse que o município tem buscado espaço para que as festas sejam realizadas
O prefeito Fernando Haddad se reuniu nesta segunda-feira (22/04) com representantes do hip-hop para discutir formas de incentivo ao movimento na cidade. Durante o encontro, os participantes questionaram a postura da Prefeitura em relação aos "pancadões" que são realizados periferia da capital paulista.
"Nós não estamos fazendo parte de nenhuma Operação Pancadão na Prefeitura de São Paulo. É uma atividade exclusiva do Governo do Estado que a mim nem foi apresentada", disse Haddad. "Nossa ação é no sentido de criar condições para que as pessoas tenham alternativas para que isso aconteça sem necessidade de repressão. Um baile no sambódromo não vai incomodar ninguém", afirmou o prefeito.
"Temos que buscar espaços para que essas festas aconteçam, temos que garantir esses direitos. Nós já colocamos o hip-hop no aniversário da cidade, já colocamos ele de volta à Virada Cultural. E agora vamos organizar políticas específicas", afirmou o secretário de Cultura, Juca Ferreira, também presente ao encontro.
DEMANDAS
Durante a reunião, realizada no gabinete do prefeito, os participantes elencaram as principais demandas do movimento, como a qualificação de profissionais para oficinas, a ampliação do hip-hop como ferramenta de diálogo com a periferia paulistana e a criação de um grupo de trabalho intersecretarial na própria gestão municipal.
"A função do hip-hop em São Paulo é justamente essa: acabar com o apartheid. Nós não podemos ficar fazendo movimentos centrais e não chegar nas pontas. E nas pontas o Estado só chega de um jeito: com a morte das pessoas. Às vezes os grupos locais dão conta de entender a cidade", afirmou o rapper Pirata, do Fórum Municipal do hip-hop. "A gente entende que o Poder Público tem um papel de patrocinar o hip-hop, da mesma maneira que patrocina um show da Ivete Sangalo. O Estado tem de ser um parceiro", disse Israel, do coletivo Literatura Urbana.
"A gente poderia ocupar mais esses espaços que estão ociosos em São Paulo e fazer um outro ambiente no centro", propôs Linha Dura, da Rede Fora do Eixo. "A gente sabe dialogar. A gente consegue dialogar, por exemplo, com imigrantes, o que o Estado não consegue fazer. Mas a gente não se vê representado nos espaços de relação de poder", afirmou o rapper Paniquinho, do grupo Fator Ético.
MAIS PARTICIPAÇÃO
Uma das alternativas discutidas foi a inclusão de representantes do movimento no Conselho da Cidade. "Nós convidamos pessoas do hip-hop para participar. Se houver vontade política, o Conselho da Cidade está aberto. É uma maneira a mais de voces participarem da interlocução conosco", disse Haddad. "Havendo a disposição de diálogo, para nós está tudo bem. Para nós não interessa que haja nenhum tipo de enfraquecimento do movimento de vocês", afirmou o prefeito.
"A gente em São Paulo não se dá conta que a Prefeitura é uma força, mas não é a única nem a maior. Tem muita coisa espontânea e que às vezes precisa apenas de suporte, sem se imiscuir na agenda daquele movimento", disse Haddad.
O prefeito ainda destacou a importância da Secretaria de Cultura no manejo de políticas públicas transversais. "Eu vejo o Juca como um coordenador. Por exemplo, nós estamos induzindo o SESI a investir num centro cultural em Itaquera. Tem esse conceito que nós estamos trabalhando. Nós podemos estar em muitas escolas, sobretudo se quebrar o preconceito contra culturas populares", disse o prefeito. "Por isso a Cultura tem que controlar os equipamentos culturais dos CEUs. Às vezes o diretor do CEU tem uma visão careta sobre o hip-hop'. Tem muito campo para a gente trabalhar", finalizou Haddad.
OPERAÇÃO DELEGADA
O prefeito Fernando Haddad descartou que ações da Polícia Militar no fim de semana nos pancadões estejam relacionadas à Operação Delegada. "Nós identificamos 5 subprefeituras com alto índice de homicídio entre a população mais pobre. Em função disso, decidimos alterar a Operação Delegada para realizar uma abordagem diferenciada nessas áreas e fazer brotar uma cultura de paz", afirmou Haddad.
"A nossa ação é ocupar o território junto com a comunidade. Nossa linha vai nessa direção. A Operação Delegada tem essa desvantagem: tudo que a Polícia Militar fizer daqui para frente, parece que a Prefeitura atua junto", completou o prefeito.
Prefeito recebeu representantes do movimento hip-hop e disse que o município tem buscado espaço para que as festas sejam realizadas
O prefeito Fernando Haddad se reuniu nesta segunda-feira (22/04) com representantes do hip-hop para discutir formas de incentivo ao movimento na cidade. Durante o encontro, os participantes questionaram a postura da Prefeitura em relação aos "pancadões" que são realizados periferia da capital paulista.
"Nós não estamos fazendo parte de nenhuma Operação Pancadão na Prefeitura de São Paulo. É uma atividade exclusiva do Governo do Estado que a mim nem foi apresentada", disse Haddad. "Nossa ação é no sentido de criar condições para que as pessoas tenham alternativas para que isso aconteça sem necessidade de repressão. Um baile no sambódromo não vai incomodar ninguém", afirmou o prefeito.
"Temos que buscar espaços para que essas festas aconteçam, temos que garantir esses direitos. Nós já colocamos o hip-hop no aniversário da cidade, já colocamos ele de volta à Virada Cultural. E agora vamos organizar políticas específicas", afirmou o secretário de Cultura, Juca Ferreira, também presente ao encontro.
DEMANDAS
Durante a reunião, realizada no gabinete do prefeito, os participantes elencaram as principais demandas do movimento, como a qualificação de profissionais para oficinas, a ampliação do hip-hop como ferramenta de diálogo com a periferia paulistana e a criação de um grupo de trabalho intersecretarial na própria gestão municipal.
"A função do hip-hop em São Paulo é justamente essa: acabar com o apartheid. Nós não podemos ficar fazendo movimentos centrais e não chegar nas pontas. E nas pontas o Estado só chega de um jeito: com a morte das pessoas. Às vezes os grupos locais dão conta de entender a cidade", afirmou o rapper Pirata, do Fórum Municipal do hip-hop. "A gente entende que o Poder Público tem um papel de patrocinar o hip-hop, da mesma maneira que patrocina um show da Ivete Sangalo. O Estado tem de ser um parceiro", disse Israel, do coletivo Literatura Urbana.
"A gente poderia ocupar mais esses espaços que estão ociosos em São Paulo e fazer um outro ambiente no centro", propôs Linha Dura, da Rede Fora do Eixo. "A gente sabe dialogar. A gente consegue dialogar, por exemplo, com imigrantes, o que o Estado não consegue fazer. Mas a gente não se vê representado nos espaços de relação de poder", afirmou o rapper Paniquinho, do grupo Fator Ético.
MAIS PARTICIPAÇÃO
Uma das alternativas discutidas foi a inclusão de representantes do movimento no Conselho da Cidade. "Nós convidamos pessoas do hip-hop para participar. Se houver vontade política, o Conselho da Cidade está aberto. É uma maneira a mais de voces participarem da interlocução conosco", disse Haddad. "Havendo a disposição de diálogo, para nós está tudo bem. Para nós não interessa que haja nenhum tipo de enfraquecimento do movimento de vocês", afirmou o prefeito.
"A gente em São Paulo não se dá conta que a Prefeitura é uma força, mas não é a única nem a maior. Tem muita coisa espontânea e que às vezes precisa apenas de suporte, sem se imiscuir na agenda daquele movimento", disse Haddad.
O prefeito ainda destacou a importância da Secretaria de Cultura no manejo de políticas públicas transversais. "Eu vejo o Juca como um coordenador. Por exemplo, nós estamos induzindo o SESI a investir num centro cultural em Itaquera. Tem esse conceito que nós estamos trabalhando. Nós podemos estar em muitas escolas, sobretudo se quebrar o preconceito contra culturas populares", disse o prefeito. "Por isso a Cultura tem que controlar os equipamentos culturais dos CEUs. Às vezes o diretor do CEU tem uma visão careta sobre o hip-hop'. Tem muito campo para a gente trabalhar", finalizou Haddad.
OPERAÇÃO DELEGADA
O prefeito Fernando Haddad descartou que ações da Polícia Militar no fim de semana nos pancadões estejam relacionadas à Operação Delegada. "Nós identificamos 5 subprefeituras com alto índice de homicídio entre a população mais pobre. Em função disso, decidimos alterar a Operação Delegada para realizar uma abordagem diferenciada nessas áreas e fazer brotar uma cultura de paz", afirmou Haddad.
"A nossa ação é ocupar o território junto com a comunidade. Nossa linha vai nessa direção. A Operação Delegada tem essa desvantagem: tudo que a Polícia Militar fizer daqui para frente, parece que a Prefeitura atua junto", completou o prefeito.
12.4.13
CULTURA
Secretário de Cultura afirma que é preciso 'descriminalizar' o hip hop em São Paulo
Juca Ferreira, em nova edição do Diálogo SP, disse que preconceito e dificuldade de lidar com população da periferia motivavam discriminação em gestões anteriores
Publicado em 11/04/2013, 10:20
Última atualização às 16:20
Encontro paulistano movimento hip hop, em 2012: manifestação cultural começa a ser reconhecida pelo poder público (CC/Fora do Eixo)
São Paulo – O secretário municipal de cultura de São Paulo, Juca Ferreira, se reuniu na noite de ontem (10) com membros do movimento hip hop da cidade em mais uma etapa do Existe Diálogo em SP – debates públicos organizados por setores da administração. Em sua pasta, o secretário já realizou dois encontros abertos em que fica frente a frente com cidadãos para ouvir sugestões e críticas sobre a política cultural. O objetivo das conversas é construir ações pautadas nas propostas apresentadas.
Juca afirmou que ao assumir a secretaria na gestão de Fernando Haddad (PT) notou uma “quase criminalização” das manifestações ligadas ao hip hop e que agora é preciso criar políticas públicas de descriminalização. “Há uma dificuldade da relação do poder público. Isso não é á toa. Tem todas as cargas possíveis do preconceito, da discriminação e da dificuldade de lidar com a população de periferia, com uma manifestação cultural de juventude”, avaliou.
Segundo ele, havia uma espécie de “proibição” de apresentações de rap em eventos como o aniversário de São Paulo. A presença do estilo musical e demais manifestações associadas ao hip hop quase desapareceram de grandes festas públicas na cidade desde 2007, ano da última participação dos Racionais Mcs na Virada Cultural. Na ocasião, a Força Tática da Polícia Militar usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar o público que assistia apresentação do grupo depois que alguns jovens subiram em uma banca de jornal, na praça da Sé. Diversas pessoas ficaram feridas e uma dezena foi presa.
“Tinha quase uma proibição de incorporar o hip hop no aniversário da cidade. E a gente fez questão de incorporar, já como uma sinalização de que a gente quer diálogo, quer jogo”, afirmou.
A maior parte das questões levantadas pelos rappers, grafiteiros, BBoys, Djs, dançarinos de break e produtores tratava da valorização simbólica e econômica dos membros do movimentos hip hop envolvidos em diversas atividades educativas e de combate à violência. “Dá para fazer trabalho voluntário? Dá, mas esse profissional tem de ser reconhecido também”, disse Sherlany, do Perifeminas, que também enfatizou a importância do recorte de gênero nessas políticas.
Consequência
Ainda na noite da quarta-feira, foi apresentado um documento em que esses e outros pontos foram tratados em encontros preparatórios do evento. O chefe de gabinete da secretaria sugeriu a criação de um grupo de trabalho para dar “consequência” às sugestões.
Ao final do encontro, os presentes se mostraram otimistas em relação à efetivação dos temas conversados. O rapper Emicida classificou o encontro como “histórico”. “O poder público nunca sentou com o hip hop na cidade de São Paulo.”
“Foi surpreende esse diálogo. Eu achei que seria uma coisa mal feita, porque eu não concordo com esse 'papo de diálogo', acho que muitas vezes é marketing. Mas não, o cara é muito avançado. Acho que ele acabou se comprometendo. Porque é isso, os políticos não querem dialogar com as pessoas porque não querem se comprometer com nada”, afirmou Pirata, do Fórum de Hip Hop.
“É importante o diálogo. Acho que coisas novas e ótimas poderão sair”, disse o rapper Rappin Hood.
Leia íntegra do documento apresentado pelo Movimento Hip Hop
Ata da reunião preparatória autônoma do Movimento Hip Hop organiado, convocado por Milton Sales e ocorrida sábado (6/4), na Favela do Moinho:
Presentes: MH2O São Paulo, Fórum Municipal do Hip-Hop SP, MH2O Guarulhos, MH2O ABC, Casa do Hip-Hop Diadema, Família Ducorre, Apocalipse Urbano, Rap Nacional, Rimatitude, Movimento Mães de Maio, Mutirão Cultural da Quebrada, Luta Popular, Movimento de Solidariedade à Palestina (Mop@t), Desinformémonos, Organização de Moradores da Moinho etc
Indicações:
- AUTONOMIA: Garantia e Fortalecimento da Autonomia do Movimento Hip-Hop (sem intermediários de ONGs e Empresas Culturais; Nóis por Nóis);
- DESCENTRALIZAÇÃO DO PODER E DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO: Descentralização do Poder Decisório e Democracia Direta sobre os Aparelhos e Recursos Públicos da Cultura (criação de Subsecretarias Temáticas do Hip-Hop e Regionais);
- RESGATE DA HISTÓRIA: Projetos para Resgate, Preservação e Difusão da História do Movimento Hip-Hop Organizado em São Paulo;
- FORTALECIMENTO DO FÓRUM MUNICIPAL, SUAS DELIBERAÇÕES, DA SEMANA MUNICIPAL DO HIP-HOP (LEI MUNICIPAL 14.485/2007): Fortalecimento da Autonomia e ampliação do orçamento anual da Semana Municipal do Hip-Hop em SP (atualmente em apenas R$ 100.000,00, com parte do dinheiro ainda sofrendo interferência);
- RESGATE DA “CASA DO HIP-HOP” DE CIDADE TIRADENTES E CRIAÇÃO DE + 4 CASAS DO HIP-HOP (Z/L, Z/S, Z/N, Z/O E CENTRO): Resgate da Lei Original da Casa do Hip-Hop de Cidade Tiradentes (Projeto de Lei 422/2004), posteriormente transformada em “Estação Juventude”, e criação de + 4 Casas do Hip-Hop (como a Casa da Cultura Hip Hop Malcom X, PL. 763/2003), uma em cada região da cidade.
- HIP-HOP CULTURA DE RUA CONTRA VIOLÊNCIA: Apoio a projetos e atividades que valorizem o Hip-Hop como a principal “Cultura de Rua Contra Violência” – valorização das propostas das posses, dos coletivos e grupos que estejam integrados ativamente às diversas articulações contra o Genocídio da População Preta, Pobre e Periférica;
- FOMENTO A ESTÚDIOS PÚBLICOS DE GRAVAÇÃO; RÁDIOs E TVs COMUNITÁRIAS DO HIP-HOP ORGANIZADO – Criação de Estúdios Públicos Municipais, Rádios, WebRadios, TVs e WebTVs, Espaços para Produção Autônoma para o Movimento Hip-Hop poder canalizar o seu trabalho de forma independente;
- VALORIZAÇÃO DAS POSSES, BANCAS, COLETIVOS E GRUPOS MILITANTES DO HIP-HOP ORGANIZADO, E NÃO DO HIP-HOP COMO SIMPLES SHOW/ESPETÁCULO: Maior apoio às posses, bancas, gangs de break e grafitti, coletivos e grupos do Hip-Hop Organizado: o Rap, o Break e o Grafitti das Ruas e do Cotidiano;
- PROGRAMAS DE RECONHECIMENTO PROFISSIONAL, FORMAÇÃO E APOIO A NOVOS MCs, DJs, BBOYs E GRAFITEIROS;
- HIP-HOP COMO CONHECIMENTO E FORMAÇÃO, “RAPENSANDO A EDUCAÇÃO”: Reconhecimento e apoio aos participantes do Movimento Hip-Hop como Educadores e Arte-Educadores. Resgate das experiências históricas (Rapensando a Educação, Hip-Hop nas Escolas, Sarau nas Escolas, Programa Hip-Hop é Educação – PL 609/2003), e criação de um grupo de trabalho entre a Secretaria de Cultura, Secretaria de Educação, Secretaria de Direitos Humanos e Secretaria de Promoção da Igualdade Racial para garantir as condições e a realização de Programas Educacionais a partir do Hip-Hop;
- PROJETO DE OCUPAÇÃO DO HIP-HOP NA PROGRAMAÇÃO DOS CENTROS CULTURAIS, CASAS POPULARES DE CULTURA E NOS CEUs DA CIDADE;
- PROGRAMA VAI – HIP-HOP: Construção de um Programa de Valorização de Iniciativas Culturais específicas do Hip-Hop, com critérios sócio-econômico-culturais bem definidos, e uma Comissão Julgadora com reconhecida história no Hip-Hop de SP;
- FOMENTO AO INTERCÂMBIO CULTURAL DO HIP-HOP DE SÃO PAULO COM OUTRAS PERIFERIAS DO BRASIL E DO MUNDO;
- PRÊMIO MUNICIPAL “SABOTAGE” E “DINA DI” DE HIP-HOP (Resgate da Resolução Municipal 008/2004): Construção do Prêmio Municipal do Hip-Hop a partir de uma Comissão Organizadora Autônoma formada por Julgadores com reconhecida história no Hip-Hop de SP;
- PROPOSTA DE FORMAÇÃO DO “CONSELHO DA FAVELA” EM SP: Em contraposição ao recém-anunciado “Conselho da Cidade”, o “Conselhão” do Prefeito Fernando Haddad, como o movimento Hip-Hop, os Saraus, o Samba, a Cultura Popular, a Periferia, ou seja, a Maioria não foi convidada a fazer parte – contrariando inclusive tudo aquilo que o sociólogo Haddad sempre defendeu junto a outros dos seus pares que também fazem parte do Conselhão, a crítica do abismo entre Cidade e Favela – o Movimento Hip-Hop Organizado de SP propõe a criação do “Conselho da Favela”, com o mesmo número de integrantes e com a mesma periodicidade de reuniões, que serão realizadas de forma autônoma a princípio na Favela do Moinho;
- QUE AS PROPOSTAS ENCAMINHADAS NO #EXISTE DIÁLOGO SEJAM APLICADAS NA PRÁTICA (PARA ALÉM DA CONVERSA), COM GARANTIA DE ORÇAMENTO, AUTONOMIA E EXECUÇÃO DE QUALIDADE PARA AS POLÍTICAS DO HIP-HOP E PARA A CIDADE.
Presentes: MH2O São Paulo, Fórum Municipal do Hip-Hop SP, MH2O Guarulhos, MH2O ABC, Casa do Hip-Hop Diadema, Família Ducorre, Apocalipse Urbano, Rap Nacional, Rimatitude, Movimento Mães de Maio, Mutirão Cultural da Quebrada, Luta Popular, Movimento de Solidariedade à Palestina (Mop@t), Desinformémonos, Organização de Moradores da Moinho etc
Indicações:
- AUTONOMIA: Garantia e Fortalecimento da Autonomia do Movimento Hip-Hop (sem intermediários de ONGs e Empresas Culturais; Nóis por Nóis);
- DESCENTRALIZAÇÃO DO PODER E DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO: Descentralização do Poder Decisório e Democracia Direta sobre os Aparelhos e Recursos Públicos da Cultura (criação de Subsecretarias Temáticas do Hip-Hop e Regionais);
- RESGATE DA HISTÓRIA: Projetos para Resgate, Preservação e Difusão da História do Movimento Hip-Hop Organizado em São Paulo;
- FORTALECIMENTO DO FÓRUM MUNICIPAL, SUAS DELIBERAÇÕES, DA SEMANA MUNICIPAL DO HIP-HOP (LEI MUNICIPAL 14.485/2007): Fortalecimento da Autonomia e ampliação do orçamento anual da Semana Municipal do Hip-Hop em SP (atualmente em apenas R$ 100.000,00, com parte do dinheiro ainda sofrendo interferência);
- RESGATE DA “CASA DO HIP-HOP” DE CIDADE TIRADENTES E CRIAÇÃO DE + 4 CASAS DO HIP-HOP (Z/L, Z/S, Z/N, Z/O E CENTRO): Resgate da Lei Original da Casa do Hip-Hop de Cidade Tiradentes (Projeto de Lei 422/2004), posteriormente transformada em “Estação Juventude”, e criação de + 4 Casas do Hip-Hop (como a Casa da Cultura Hip Hop Malcom X, PL. 763/2003), uma em cada região da cidade.
- HIP-HOP CULTURA DE RUA CONTRA VIOLÊNCIA: Apoio a projetos e atividades que valorizem o Hip-Hop como a principal “Cultura de Rua Contra Violência” – valorização das propostas das posses, dos coletivos e grupos que estejam integrados ativamente às diversas articulações contra o Genocídio da População Preta, Pobre e Periférica;
- FOMENTO A ESTÚDIOS PÚBLICOS DE GRAVAÇÃO; RÁDIOs E TVs COMUNITÁRIAS DO HIP-HOP ORGANIZADO – Criação de Estúdios Públicos Municipais, Rádios, WebRadios, TVs e WebTVs, Espaços para Produção Autônoma para o Movimento Hip-Hop poder canalizar o seu trabalho de forma independente;
- VALORIZAÇÃO DAS POSSES, BANCAS, COLETIVOS E GRUPOS MILITANTES DO HIP-HOP ORGANIZADO, E NÃO DO HIP-HOP COMO SIMPLES SHOW/ESPETÁCULO: Maior apoio às posses, bancas, gangs de break e grafitti, coletivos e grupos do Hip-Hop Organizado: o Rap, o Break e o Grafitti das Ruas e do Cotidiano;
- PROGRAMAS DE RECONHECIMENTO PROFISSIONAL, FORMAÇÃO E APOIO A NOVOS MCs, DJs, BBOYs E GRAFITEIROS;
- HIP-HOP COMO CONHECIMENTO E FORMAÇÃO, “RAPENSANDO A EDUCAÇÃO”: Reconhecimento e apoio aos participantes do Movimento Hip-Hop como Educadores e Arte-Educadores. Resgate das experiências históricas (Rapensando a Educação, Hip-Hop nas Escolas, Sarau nas Escolas, Programa Hip-Hop é Educação – PL 609/2003), e criação de um grupo de trabalho entre a Secretaria de Cultura, Secretaria de Educação, Secretaria de Direitos Humanos e Secretaria de Promoção da Igualdade Racial para garantir as condições e a realização de Programas Educacionais a partir do Hip-Hop;
- PROJETO DE OCUPAÇÃO DO HIP-HOP NA PROGRAMAÇÃO DOS CENTROS CULTURAIS, CASAS POPULARES DE CULTURA E NOS CEUs DA CIDADE;
- PROGRAMA VAI – HIP-HOP: Construção de um Programa de Valorização de Iniciativas Culturais específicas do Hip-Hop, com critérios sócio-econômico-culturais bem definidos, e uma Comissão Julgadora com reconhecida história no Hip-Hop de SP;
- FOMENTO AO INTERCÂMBIO CULTURAL DO HIP-HOP DE SÃO PAULO COM OUTRAS PERIFERIAS DO BRASIL E DO MUNDO;
- PRÊMIO MUNICIPAL “SABOTAGE” E “DINA DI” DE HIP-HOP (Resgate da Resolução Municipal 008/2004): Construção do Prêmio Municipal do Hip-Hop a partir de uma Comissão Organizadora Autônoma formada por Julgadores com reconhecida história no Hip-Hop de SP;
- PROPOSTA DE FORMAÇÃO DO “CONSELHO DA FAVELA” EM SP: Em contraposição ao recém-anunciado “Conselho da Cidade”, o “Conselhão” do Prefeito Fernando Haddad, como o movimento Hip-Hop, os Saraus, o Samba, a Cultura Popular, a Periferia, ou seja, a Maioria não foi convidada a fazer parte – contrariando inclusive tudo aquilo que o sociólogo Haddad sempre defendeu junto a outros dos seus pares que também fazem parte do Conselhão, a crítica do abismo entre Cidade e Favela – o Movimento Hip-Hop Organizado de SP propõe a criação do “Conselho da Favela”, com o mesmo número de integrantes e com a mesma periodicidade de reuniões, que serão realizadas de forma autônoma a princípio na Favela do Moinho;
- QUE AS PROPOSTAS ENCAMINHADAS NO #EXISTE DIÁLOGO SEJAM APLICADAS NA PRÁTICA (PARA ALÉM DA CONVERSA), COM GARANTIA DE ORÇAMENTO, AUTONOMIA E EXECUÇÃO DE QUALIDADE PARA AS POLÍTICAS DO HIP-HOP E PARA A CIDADE.
11.4.13
http://revistaforum.com.br/spressosp/2013/04/o-hip-hop-e-o-antidoto-contra-o-genocidio-da-juventude-negra-nas-periferias-diz-pirata/
“O hip hop é o antídoto contra o genocídio da juventude negra nas periferias”, diz Pirata
Publicado em 11 de abril de 2013 às 3:35 pm · Adicionar comentário
Rapper e outros músicos e ativistas debatem políticas públicas com o secretário de Cultura de SP, Juca Ferreira
Por Igor Carvalho
O secretário municipal de cultura de São Paulo, Juca Ferreira, se reuniu na última quarta-feira (9) com membros do Movimento Hip-Hop organizado (MH2O) de São Paulopara discutir projetos e ouvir sugestões dos músicos.
O MH2O levou à reunião uma série de reivindicações para apresentar ao secretário. Todas foram abordadas em mais de duas horas de conversas. Os itens da pauta haviam sido debatidos com Milton Sales, produtor de grupos de hip hop, no último sábado (6).
O rapper Pirata, organizador do Fórum Hip Hop de São Paulo e membro do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra, Pobre e Periférica, afirma estar satisfeito com o diálogo promovido pela Secretaria Municipal de Cultura. O artista e militante concedeu uma entrevista ao SPressoSP sobre o encontro e seus resultados, confira abaixo:
SPressoSP: Qual o saldo da reunião para o movimento?
Pirata: Eu pensei que ia ser triste, mas foi bem positiva, porque o secretário é avançado no entendimento do que é cultura popular, ele entende a diferença do fazer cultura e promover arte. A secretaria não pode ficar promovendo arte, tem que dialogar com os pequenos grupos e os grandes grupos. Ele se mostrou pronto para esse compromisso, houve comprometimento.
Pirata: Eu pensei que ia ser triste, mas foi bem positiva, porque o secretário é avançado no entendimento do que é cultura popular, ele entende a diferença do fazer cultura e promover arte. A secretaria não pode ficar promovendo arte, tem que dialogar com os pequenos grupos e os grandes grupos. Ele se mostrou pronto para esse compromisso, houve comprometimento.
SPressoSP: Vocês pautaram muitos assuntos, mas o que mais os preocupa?
Pirata: A autonomia, isso é o principal, porque tem alguns grupos que se envolvem para falar do hip hop, mas eles não têm envolvimento com o hip hop, e estão trazendo uma indústria cultural privada para dentro do movimento. Com isso, se desvincula a politização e toda a história de questionamento do hip hop, se perder nossas bandeiras, vira algo só estético. No diálogo com o secretário afirmamos que não queremos intermediários.
Pirata: A autonomia, isso é o principal, porque tem alguns grupos que se envolvem para falar do hip hop, mas eles não têm envolvimento com o hip hop, e estão trazendo uma indústria cultural privada para dentro do movimento. Com isso, se desvincula a politização e toda a história de questionamento do hip hop, se perder nossas bandeiras, vira algo só estético. No diálogo com o secretário afirmamos que não queremos intermediários.
SPressoSP: E agora, quais os próximos passos do movimento?
Pirata: Vamos cobrar os compromissos feitos na reunião, de que o hip hop poderá utilizar os equipamentos de cultura da cidade, e eles prometeram criar uma política pública para o hip hop. Foi uma discussão bem politizada.
Pirata: Vamos cobrar os compromissos feitos na reunião, de que o hip hop poderá utilizar os equipamentos de cultura da cidade, e eles prometeram criar uma política pública para o hip hop. Foi uma discussão bem politizada.
SPressoSP: O Juca Ferreira falou bastante em descriminalizar o movimento, essa deve ser a primeira ação?
Pirata: A gestão passada ajudou a criminalizar mais ainda o hip hop, principalmente depois do fato que houve na Praça da Sé, com o Racionais MCs. Então começou a se revistar todo mundo que vai em show, os policiais queriam revistar todo mundo, começaram a fazer o que fazem com o funk hoje, é uma discussão de classe que está inserida aí. Esse processo precisa ser revertido, por isso houve o compromisso na reunião e vamos atrás disso, também. Precisamos dessas políticas públicas.
Pirata: A gestão passada ajudou a criminalizar mais ainda o hip hop, principalmente depois do fato que houve na Praça da Sé, com o Racionais MCs. Então começou a se revistar todo mundo que vai em show, os policiais queriam revistar todo mundo, começaram a fazer o que fazem com o funk hoje, é uma discussão de classe que está inserida aí. Esse processo precisa ser revertido, por isso houve o compromisso na reunião e vamos atrás disso, também. Precisamos dessas políticas públicas.
SPressoSP: De quais políticas públicas você está falando?
Pirata: No sentido de ter, por exemplo, um VAI do hip hop. Tem que olhar o hip hop como se olha o teatro ou outros segmentos, e o movimento precisa ser valorizado. A mídia já não nos mostra, mas o Hip Hop está mais vivo do que nunca, tem só que ter espaço e incentivo. Precisa ter sensibilidade para entender que o Hip Hop é o antídoto contra o genocídio da juventude negra nas periferias.
Pirata: No sentido de ter, por exemplo, um VAI do hip hop. Tem que olhar o hip hop como se olha o teatro ou outros segmentos, e o movimento precisa ser valorizado. A mídia já não nos mostra, mas o Hip Hop está mais vivo do que nunca, tem só que ter espaço e incentivo. Precisa ter sensibilidade para entender que o Hip Hop é o antídoto contra o genocídio da juventude negra nas periferias.
17.3.13
Rapper Pirata: rimas a serviço da luta social
Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 1:11 am · Adicionar comentário
Impeachment de Alckmin e o fim da violência contra a mulher são temas de suas músicas
Por Danillo Oliveira
Aos 38 anos, Pirata, que é formado em jornalismo, cursa pós-graduação em serviços sociais e políticas públicas. Mas a universidade veio depois do rap, sempre com a mesma motivação: a luta social e a discussão sobre a própria realidade. Aos 17 anos já escrevia letras, pensando São Paulo e suas desigualdades.
Militante dos direitos humanos, Pirata gravou um rap pedindo o impeachment do governador Geraldo Alckmin, diante da onda de violência em São Paulo.O rapper participa do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Pobre, Negra e Periférica e diz não se iludir com mudanças estruturais na política de segurança pública do governo do estado.
Pirata ainda faz críticas às medidas adotadas para lidar com os usuários de crack, na região central da cidade. “O problema da droga não é o crack, é o social.”
Organizador do Fórum Hip Hop do Município de São Paulo, o rapper acredita na autonomia da juventude e promove atividades culturais. Em suas oficinas, questiona, inclusive, a mensagem da mídia e o estereótipo do negro. E costuma dizer aos alunos: “Tudo que tá dentro desse quadrado é pensado. Não se enganem”. Não raro se encanta com o brilho da garotada. Um dia o aluno de 7 ou 8 anos disse que entendeu a identidade do negro na televisão. “Eu me vejo na televisão. Quando desligo a TV vejo meu reflexo na tela.”
Ouça abaixo o rap onde o governador é cobrado pela onda de violência em SP:
Assista abaixo ao clipe onde Pirata aborda a violência contra a mulher e o machismo:
Veja também:
10.2.13
YURITEON FEVEREIRO - 9 - 2013
Rapper Pirata e Fantasmas Vermelhos lançam single “A revolução não será televisionada”.
Em uma parceria de peso com o grupo Fantasmas Vermelhos, rapper Pirata lança o single intitulado “A revolução não será televisionada” em pleno carnaval. Um rap pesado com uma letra forte que chama atenção por ser teor político e militante que são características sempre presentes nos trabalhos do rapper Pirata, ativista nato dentro do cenário nacional.
Aperte o play e curta mais esse belo trabalho do rapper Pirata em parceria com so Fantasmas Vermelhos.
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6.2.13
CULTURA E O HOMEM PÚBLICO
Rapper Pirata
Sei da importância do Juca o novo secretário de cultura do município , mas temos que refletirmos com calma o processo referente a politica pública de cultura, porque endeusamento de homens públicos levam nos a caminhos que serão negativas para o coletivo. Lembro-me do tal dialogo SP que pareceu um grande evento com uma pessoa do estado, sendo que ele está como servidor público o que nos deve facilitar o dialogo politico entre instituições públicas e a sociedade civil, para termos os interesses da cultura paulistana e não de um determinada campanha de marketing.
Ao ouvi-lo notei a importância do seu olhar cultural, que será desenvolvido pela a equipe que estará a frente da secretária; mas também terá que haver mudanças em alguns olhares exemplo: Limpeza em torno do Teatro Municipal SP, com o papo de revitalização, as pessoas que estão na condição de rua por lá serão afastada para não frustar o olhar da beleza ariana, algo já acontece na tal Sala São Paulo. Agora o teatro tem que ser um espaço público, não somente para admirarmos da tal cultura clássica, mas para apresentarmos nossas obras lá dentro também, porque a elite já considera o espaço de excelência, e qualquer ação nossa é ir contra o direcionamento da apropriação dos bens públicos feito para elite, e servidores públicos seja funcionários concursados ou de cargo indicados não podem serem facilitadores desses interesses brancos; Não adianta falar da periferia para demonstrar a importância da cultura, somente para vender projetos.Temos que entender que o acesso público não é acesso de consumidores, mas o direito de todos a manisfestar, participar e admirar a tal arte cultural difusora de conhecimentos públicos e de coletivos diversos.
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27.1.13
2.1.13
HIP HOP COMO PROJETO POLÍTICO SOCIAL EMANCIPATÓRIO.
Rapper Pirata- rapperpirata.blogspot.com
São Paulo, 02 de janeiro de 2013 - O erro dos formadores de politicas públicas para juventude pobre no Brasil é a idealização de formação de novos trabalhadores em desenvolvimento, os que serão explorados pelo capital; ou a visão preconceituosa e racista de agentes criminosos. O resultado efetivo dessas formas de visão politicas se dá no aumento de mortes, aprisionamento em massa, número de desempregados que estão em condição de rua (estão condicionados a tal situação) ou continuam morando em locais precário sem saneamento mínimo, distanciamento precoce da escola, usuários precarizados no atendimento do sistema único de saúde, consumidores em potencial de endividamento, não participantes efetivos nem de programas de cunho social.
É saber notório que as politicas públicas voltada para a juventude, digo a que se formou na década de oitenta até o dia de hoje, sempre tiveram como foco a prevenção a violência, como todos fossem violentos por estar na miséria gerenciada por organismos institucionais corruptos, a pobreza extrema que cristalizou-se e aumentou com o neoliberalismo chancelado pelo o governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso.
E há também a preparação de novos trabalhadores para indústria, essas que pagam menos de dois salários mínimos, que desde da década de noventa não projetou reajuste reais dos salários, que foram sempre achatados em crises criadas por mandatários do país. Uma justificativa para educação voltada para tecnicidade, ela forma somente massa de reserva de trabalhadores que desde do fim da escravidão são chamados de desqualificados. Mais uma falácia para empresários empurrar para o governo e para os próprios trabalhadores não salariados a tal qualificação profissional. Assim se organiza uma educação sem questionamento político social de transformação, o qual poderia mudar a sociedade. O ensino precarizado de seres técnicos nas instituições de ensino, seja médio até superiores pública ou privadas e sempre a galinha do ovos de ouro dos políticos-empresários, eles usam o estado para ganharem, explorarem e controlarem a nação.
Enquanto ideias de roupagens novas de juventude voltadas ao trabalho necessitam ser transversais em secretarias ou ministérios, sem nenhum questionamento da sua efetivação, sem deixar de mostrar o preconceito de uma mensagem subliminar, considerando o jovem pobre como vagabundo. Ele necessita trabalhar para educar-se e para sobreviver, discurso percebido por legisladores veiculado a forças autoritária do Brasil, e também perpetuado pelos donos da senzalas referente aos seres humanos que estavam condicionados à escravidão.
Nesse situação histórica social que se dá o movimento hip hop no Brasil e no mundo.
Sendo especifico nesse país. O legislativo e o executivo não olham para o potencial que o hip hop tem a favorecer para a politização da nação, ações que partidos políticos importantes deixaram para manterem uma nova classe, uma nova elite também crê que o pobre será sempre o 'problema mano!'. O movimento tem em sua essência a emancipação, (não pretendo aqui discutir a teoria filosófica), do ator que nele está envolvido.
Eu não valorizo o empreendedorismo e voluntarismo porque não há um mercado sólido para tais concepções liberais, que são ópios sociais inventados que trazem dentro dos seus discursos valores negativos para o trabalhador pobre, essas tais ações somente potencializam a exploração capital-indústrial.
Voltando ao hip hop. Ele tem o potencial de emancipação do jovem, porque ele além de desenvolver sua arte, começa a ampliar sua percepção de sujeito social tornando-se critico de sua realidade, criando diversas atividades para a garantia de seus direitos e de seus familiares e vizinhos pela rimas, graffites, riscando discos, dançando break, escrevendo, fotografando entre outra técnicas para passar a mensagem e entender-se como sere coletivo. O indivíduo preto (aqui incluo todos os filhos da miscigenação cientifica que desejava embranquecer a nação até a década de setenta para sermos com a Europa, também fora o inicio do hip hop estadunidense), pobre e morador da periferia do capital deixa de ser um jovem branco de perfil alienado da ideologia ariana propagado pela televisão, rádio até meios virtuais. Esse jovem que sua família se estrutura com a apropriação da riqueza do país de formas nefastas.
O hip hop é o grande responsável pela da valorização da autoestima (não estou aqui realizando análise da área da psicologia) da periferia com maior visibilidade na década de noventa, e mantêm- se até hoje, com essência nas questões históricas do movimento negro e de resistência do povo brasileiro e do mundo. Questões vistas como de minoria pela na mídia 'brazilestadunidense' e nos bancos intelectuais europeus das acadêmias.
O movimento hip hop não é somente uma manifestação cultural criada pelos bárbaros, o hip hop é responsável do grande número de jovens pobres nas universidade; da utilização das potencialidades do barateamento da indústria de informática áudio visual; formação de educadores sociais; criação centro de culturais periféricos, pela direção e elaboração de projetos artísticos de grande e pequeno porte, organizações politicas com ações nas periferias do país, pela produção de vestuários e moda estética e visual; entre outras formas.
O hip hop tem como potencializar a juventude dos pobres, não como uma transição para a fase adulta, e sim como a construção de uma estrutura de viver no país.
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