Rapper Pirata: rimas a serviço da luta social
Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 1:11 am · Adicionar comentário
Impeachment de Alckmin e o fim da violência contra a mulher são temas de suas músicas
Por Danillo Oliveira
Aos 38 anos, Pirata, que é formado em jornalismo, cursa pós-graduação em serviços sociais e políticas públicas. Mas a universidade veio depois do rap, sempre com a mesma motivação: a luta social e a discussão sobre a própria realidade. Aos 17 anos já escrevia letras, pensando São Paulo e suas desigualdades.
Militante dos direitos humanos, Pirata gravou um rap pedindo o impeachment do governador Geraldo Alckmin, diante da onda de violência em São Paulo.O rapper participa do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Pobre, Negra e Periférica e diz não se iludir com mudanças estruturais na política de segurança pública do governo do estado.
Pirata ainda faz críticas às medidas adotadas para lidar com os usuários de crack, na região central da cidade. “O problema da droga não é o crack, é o social.”
Organizador do Fórum Hip Hop do Município de São Paulo, o rapper acredita na autonomia da juventude e promove atividades culturais. Em suas oficinas, questiona, inclusive, a mensagem da mídia e o estereótipo do negro. E costuma dizer aos alunos: “Tudo que tá dentro desse quadrado é pensado. Não se enganem”. Não raro se encanta com o brilho da garotada. Um dia o aluno de 7 ou 8 anos disse que entendeu a identidade do negro na televisão. “Eu me vejo na televisão. Quando desligo a TV vejo meu reflexo na tela.”
Ouça abaixo o rap onde o governador é cobrado pela onda de violência em SP:
Assista abaixo ao clipe onde Pirata aborda a violência contra a mulher e o machismo: