Translate

14.2.12

Entrevista Central Hip Hop


RAP: 5 grupos e 1 microfone

O CHH trocou uma ideia com o Rapper Pirata, um dos MCs que participaram da coletânea “Cinco Grupos e Um Microfone”, que foi lançada recentemente.

Central Hip-Hop (CHH): Qual a principal proposta da coletânea?
Rapper Pirata: Valorizar o movimento hip-hop brasileiro. Os rappers que fazem parte da coletânea desenvolvem articulações políticas, mas sem a veia partidária. Pois entender que combater o capital, o racismo, valorizar a autoestima é a continuidade da revolução do hip-hop no Brasil.
CHH: Como foi produzida?Rapper Pirata: O Fuga tem um home studio em Perus. Ele convidou os MCs que ele tinha mais proximidade. Aí fomos lá nos microfones e rimamos.
CHH: Qual foi o critério de escolha dos grupos?Rapper Pirata:  A amizade.
CHH: Vocês fazem parte de um coletivo?Rapper Pirata: A grande maioria atua no Forum de hip Hop Municipal, mas não é uma coletânea do fórum.
CHH: A temática política é pouco abordada no rap atual?Rapper Pirata: Então, essa é a veia e essência da coletânea. Não foi pensado um tema, só íamos lá rimavamos, só que a sitononia do rappers acabou parecendo um produto, com uma temática.  E a maioria faz rap uma cota, somos como a rua é.
CHH: Qual sua opinião sobre o hip-hop militante?Rapper Pirata: Eu não sou rapper militante, ao contrário, valorizo o hip-hop entendo a sua importância nesse pais. É através do rap que procuro entender a minha história e a história dos meus.
Mas é foda que qualquer coisa que o rap rime é politico, não adianta querem negar isso em fala de televisão e outros lugares para ter ibope, porque não aceitam a gente como músicos, só ai já é um caminhão de questões. O rap faz pensar tru, e quando se pensa você já faz a diferença, porque no hip hop cobra-se a postura e muitas vezes a postura não é fiel ao discursos da classe dominantes, que não quer a liberdade de todos.
CHH: Estética e conteúdo precisam caminhar lado a lado na produção do rap?Rapper Pirata: Estética é uma questão filosófica, justamente ai que hip-hop mexe e mexeu, sabendo que uns ainda querem domesticá-lo e colocar a estética do produto aceito. Mas não temos a estética dos arianos, seja na moda, na sonoriade, na imagem. Somos povo, somente temos cinco sentidos humanos oriundo de onde somos, o povo. Somos lindos e inteligentes, algo que as ideias centro-europeias não aceitam. Nossos ancestrais são africanos, somos latinos e não somos somente a matriz europeia que se consolidada aqui em menos de uns cem anos.

Nenhum comentário: