QUINTA-FEIRA, 18 DE MARÇO DE 2010
O hip-hop na sociedade
O hip-hop surge na década de 80, em Nova Iorque com a difusão do break, que é um estilo de dança de rua, ou seja, é dança do hip-hop. Em 90 chega ao Brasil e é usado principalmente para protestos reivindicando sua participação na sociedade e sendo também um instrumento social para jovens trocarem violência por arte.
Os rappers, breaks, grafiteiros, Djs surgiram da falta de investimento do governo nos setores da educação, saúde, cultura, transporte, esporte, lazer, saneamento básico, trabalho, tendo assim essas profissões como uma das únicas formas de sobrevivência e luta pelos seus direitos.
A participação deles na sociedade é rechaçada por grande parte das autoridades políticas e pela classe dominadora, porque o hip-hop se desenvolveu na periferia entre os negros e os pobres, e suas composições iam contra as desigualdades sociais e o próprio governo.
A Semana de Hip Hop (lei 14.485 de 2007) é um dever da administração pública do município de São Paulo, onde está presente até no calendário de eventos da cidade. Porém, no ano de 2009 a Semana não foi realizada pela falta de disponibilização da verba (100 mil reais) para sua execução, onde governo de Kassab até se recusou a fazer a Virada Cultural, caso o hip-hop estivesse presente, já que há um grande conflito de representações entre os dois. Enquanto o governo diz que os rappers são criminosos que só “atrapalham” o seu trabalho, com críticas e protestos, a comunidade do hip-hop acredita que os governantes nunca farão nada por eles, apoiando somente o próprio governo e a elite.
De acordo com a entrevista feita com o rapper Pirata, morador de São Paulo, formado em jornalismo e com cds lançados, não se pode aceitar o domínio da minoria, essa mesma que só se importa com seus próprios lucros e interesses, lembrando que o dinheiro não compra caráter. Pirata também tenta mudar a ideia de que nas periferias e favelas só existem criminosos e os bairros de classe alta são formados por honestos, já que são esses mesmos que desempregam a população, destroem o sistema único de saúde, são contra qualquer coisa que possa dar autonomia aos pobres e mantém a eterna escravidão fantasiada de liberdade.
É por todas essas razões que o hip-hop deve continuar nas ruas e cada vez ganhar mais força, propagando suas ideias, lutando pelos seus ideais, estruturando as comunidades e acordando as pessoas de todas as injustiças que acontecem.
Dissertação feita pelas alunas: Victória Renófio e Letícia Zaia.
fonte:http://victoriarenofio.blogspot.com/
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